EDIMBURGO, Escócia – Family trip

O charme e beleza de Edimburgo muito se deve à mistura ímpar de história, cultura, arquitetura, arte e paisagens de tirar o fôlego. As atrações da capital da Escócia incluem alguns dos monumentos mais antigos da Europa já que o país mantém quase todas as suas tradições de séculos atrás como as gaitas de foles e a estrutura medieval da cidade, dando destaque para o Castelo de Edimburgo que foi construído sob uma rocha vulcânica e pode ser visto de vários pontos da cidade. Além disso, as crianças podem identificar um certo ar de magia pela cidade, já que diversos locais da região serviram de set de filmagens para os filmes da saga Harry Potter.

Organizamos as nossas sugestões de passeios em formato de roteiro e concentramos os pontos mais importantes (passando sempre pela aprovação das crianças) em três dias de acordo com experiências de quem já viajou para Edimburgo em família. Você pode adicionar mais dias na sua estadia, visitar pontos que não citamos ou passar mais tempo em cada local, o que vale é que a experiência seja inesquecível para toda a família.

 

Dia 1

Por ser uma cidade onde grande parte das atrações estão concentradas na região central da cidade a recomendação é que o hotel esteja localizado entre as regiões de Old Town e New Town que tem diversos hotéis preparados para receber famílias.

Comece a visita pelo símbolo da cidade: o Castelo de Edimburgo.

A atração mais visitada da Escócia está localizada no topo de um vulcão extinto há mais de 300 milhões de anos, o Castle Rock, e foi a moradia da monarquia escocesa desde sua construção no século XII até meados de 1600. Muito da construção original se perdeu ao longo dos séculos, principalmente em virtude dos inúmeros cercos militares, sendo rotulado como o castelo mais sitiado do Reino Unido e um dos mais atacados do mundo.

Entre os séculos XVIII e XIV, o castelo foi utilizado como prisão para os prisioneiros militares das muitas guerras travadas entre a Inglaterra e a Escócia. O castelo tornou-se um monumento nacional em 1814, após uma fuga em massa dos prisioneiros, provando que a edificação não poderia mais manter prisioneiros. Após esse fato iniciou-se o processo de restauração do castelo até o ano de 1927 quando parte da construção foi transformada no Memorial da Guerra Nacional Escocesa.

A história do castelo pode ser vista em cada uma das suas salas e até mesmo no pátio do castelo, com a Mons Meg, um dos maiores canhões do mundo. A arma foi dada de presente ao Rei James II em 1457, sendo capaz de disparar uma bala de até 150 kg a uma distância de até 3km com efeitos devastadores. É só olhar para o cano e pode-se imaginar o poder devastador do canhão.

O Royal Palace contém um dos mais antigos aposentos de todo o castelo, a Sala de Maria, onde a Rainha dos Escoceses deu à luz ao futuro Rei Jaime VI em 1566. Embora as estruturas do cômodo sejam antigas, o edifício todo foi remodelado para a estadia do Rei ao castelo no ano de 1617.

O salão das Joias da Coroa Escocesa é um dos mais visitados do castelo por conta da exposição das mais antigas joias da coroa nas Ilhas Britânicas, que são conhecidas como as Honras da Escócia. Elas foram usadas juntas pela primeira vez por Maria, Rainha dos Escoceses em 1543. O cetro já havia sido abençoado pelo Papa em 1494 enquanto a coroa já tinha sido usada na coroação da mãe da Rainha Maria.

A Stone of Destiny é outra atração bastante procurada na visitação ao castelo. Os reis da Escócia foram coroados sobre essa pedra por séculos até 1296, quando o rei inglês Edward I tomou a pedra e mandou construir seu trono. Apenas em 1996 a pedra foi devolvida e só deixará a Escócia novamente quando houver uma coroação na Abadia de Westminster, em Londres.

 

Em sua visita não deixe de passar pelo Grande Salão, famoso pelo telhado de madeira em estilo medieval construído em 1511. Além disso existe uma grande coleção de armas e armaduras expostas ao redor das paredes da sala.

Outro ponto importante da visitação pelo castelo é o Scottish National War Memorial, homenagem aos soldados falecidos durante a Primeira e Segunda Guerras Mundiais e de campanhas militares desde 1945. O visitante pode explorar o simbolismo e a decoração do memorial de guerra que inclui cenas vívidas das Guerras representadas em vitrais, uma representação que simboliza coragem, paz, justiça e sobrevivência.

Também não deixe de visitar o Prisons of War, um ambiente localizado nas masmorras do castelo, abaixo do Grande Salão e que foi usado por muitos anos como prisão para cidadãos de outros países e para os rebeldes jacobitas durante a guerra com a Inglaterra. O local se transformou em uma espécie de museu onde são expostos itens pessoais dos presos, bem como os locais que eles viviam até serem julgados.

Existe muito para se ver no interior e no exterior do castelo, faça sua visita sem pressa e se tiverem conhecimentos em inglês vale a pena pegar um audioguia que ajuda muito na compreensão do contexto histórico.

Após a visita certamente todos estarão com fome, siga pela Royal Mile até o The Witchery by The Castle, um restaurante que continua com a temática medieval apresentada pelo vizinho no castelo. Os pratos são ótimos e o restaurante é conhecido por toda cidade pela ambientação, portanto lembre-se de fazer a reserva antecipadamente.

Do outro lado da rua se encontra a próxima atração do roteiro, a Câmara Obscura e o World of Illusion.

A Câmara Obscura está instalada no andar superior do edifício, que funciona com uma enorme câmara pinhole, semelhante ao sistema de uma câmera fotográfica, que permite ao visitante ter imagens da cidade de dentro de uma sala escura, sendo uma forma muito interessante de conhecer a história de Edimburgo e seus pontos turísticos. O terraço oferece uma bela vista da cidade, não deixe de visitar.

Nos outros 5 andares do edifício está localizado o World of Illusion, um museu interativo que faz uso de ilusões, física, jogos e truques para atrair os visitantes. Certamente as crianças irão adorar as ilusões de ótica, jogos e brincadeiras que podem parecer mágica para os pequenos, mas são apenas ciência. A sala mais popular é a Magic Gallery, com caleidoscópios gigantes e coloridos, espelhos, lentes e paredes de sombra.

Após a visita, passeie um pouco pela cidade. Siga até a Victoria Street, o Beco Diagonal da vida real. A inspiração que a escritora J.K. Rowling teve no local para descrever um dos lugares mais mágicos do universo de Harry Potter é evidente pelas lojas de fachadas coloridas e pelo calçamento de pedras da rua. Se as crianças forem fãs de Harry Potter, a loja Museum Context é uma parada obrigatória, existem centenas de itens em seu interior que não são vendidos em nenhum outro local do mundo e a ambientação da loja certamente levará os pequenos diretamente para o mundo da magia.

Seguindo o passeio, não deixe de passar pela St. Giles’s Cathedral, construída sobre um antigo santuário do século IX. O edifício sofreu uma série de reformas ao longo dos séculos e a maior delas foi após o incêndio em 1385, sendo reconstruída no século XV em estilo gótico. A igreja é muito impressionante por dentro, tanto pelo teto de diferentes texturas como pelos vitrais que projetam uma luminosidade acolhedora para o interior do templo desde o século XIX. Na nave central pode-se ver uma estátua de John Knox, líder da Reforma escocesa e o primeiro pastor protestante da Escócia.

Ao terminar a visita, vá até o The Real Mary King’s Close, a viela mais famosa de Edimburgo.

Reaberto ao público em 2003 após anos de reformas, o Mary King’s Close mostra a realidade que dominava o mundo nos séculos XVI e XVII. Durante o passeio, são visitados os diferentes cômodos onde sobreviviam os cidadãos mais pobres de Edimburgo durante os séculos passados. O passeio é conduzido por um guia usando vestes características e é uma aula de história em loco. Se as crianças não falarem inglês, existem audioguias disponíveis em cinco idiomas, incluindo o português de Portugal. Os locais brincam em dizer que existem fantasmas no local, mas os visitantes podem ficar tranquilos porque os fantasmas evitam os grupos. Apesar de ser uma atração bastante popular em Edimburgo, o percurso pode ser incômodo para quem sofre de claustrofobia.

Para encerrar o primeiro dia na cidade, jante no The Elephant House, estabelecido como o local onde nasceu a saga Harry Potter. Muito do início da história foi escrita ali, entre uma xícara de chá e uma bela vista que o restaurante proporciona da Old Town. Escolha uma mesa e encerre o primeiro dia envolto pela magia de Edimburgo.

Dia 2

Comece o segundo dia pelo Museum of Childhood, o primeiro museu do mundo a se dedicar à história da infância, atraindo mais de 200 mil visitantes por ano.

Nas exposições os visitantes encontram brinquedos, jogos, roupas, livros e bonecas, que datam do século XIX até os dias atuais. Após uma grande reforma em 2018, o Museum of Childhood agora tem uma nova galeria interativa que explora a vida de uma criança em casa, na escola e enquanto se diverte. Os novos itens da coleção incluem favoritos como o boneco de ação Buzz Lightyear, um telefone Fisher-Price e um Xbox, além de itens mais incomuns, como o Radio Rex – um brinquedo ativado por voz dos anos 20. Existem cinco galerias para explorar, nas quais você encontrará objetos fascinantes e raros, além de brinquedos que poderá reconhecer da sua própria infância.

Após a visita deste museu, que é pequeno e requer pouco tempo para a visitação, siga pela Royal Mile até o Palace of Holyroodhouse, a residência da família real britânica no verão.

O palácio foi fundado como um monastério em 1128 e foi bastante modificado desde então, principalmente nos séculos XV e XVIII, quando foram feitas reformas pelos reis da época. O local tem uma grande importância histórica para a Escócia por ter sido a morada de diversos reis e rainhas do país. Ao fazer sua visita não deixe de pegar os audioguias disponíveis em português brasileiro para as crianças.

A maior parte dos cômodos do palácio possui painéis de madeira e muitas tapeçarias expostas nas paredes. Não deixe de passar pela Sala do Trono, onde são realizadas confraternizações em ocasiões de nomeações de cavaleiros. A Sala de Estar da Manhã é o local onde a rainha dá audiências privadas como por exemplo ao Primeiro Ministro da Escócia. A Grande Galeria é a mais sala do Palácio e exibe retratos de personalidades escocesas e membros da realeza. Esse cômodo também conecta as alas leste e oeste.

O palácio também abriga locais históricos como os aposentos de Mary, Rainha dos Escoceses após seu retorno da França em 1561. Durante a visita é possível conhecer o quarto com a cama da rainha que possui belas pinturas na parede. Na área externa do palácio é possível ver as ruínas do antigo monastério que deu origem ao local. Boa parte das estruturas continuam de pé embora não exista mais nenhum tipo de cobertura.

Depois da visita não deixe de fazer uma caminhada pelos belos jardins do palácio.

Ao voltar para a cidade não deixe de fazer uma breve parada para observar o edifício do Parlamento Escocês, uma construção modernista do arquiteto catalão Enric Miralles que destoa totalmente do restante da paisagem de Edimburgo. Vale a pena parar e tirar uma foto.

Em seguida, faça uma parada no Wedgwood, um restaurante de culinária moderna que oferece ótimos pratos em seu menu de almoço. É uma excelente opção rápida antes de seguir para a próxima atração.

Em seguida recomendamos a Dynamic Earth, uma experiência interativa e sensorial que oferece ao visitante a oportunidade de vivenciar as forças primordiais da natureza enquanto elas formavam o planeta ao mesmo tempo que permite ao visitante uma viagem no tempo, fazendo uso dos simuladores do espaço.

Nela o visitante pode viajar de volta ao início dos tempos na Deep Time Machine e testemunhar o Big Bang em primeira mão, fugir pelo universo em uma nave espacial viajando bilhões de vezes mais rápido que a velocidade da luz e ver estrelas explodindo do outro lado da galáxia. Os pequenos também terão a oportunidade de sentir o chão tremer enquanto um fluxo de lava derretida acelera em sua direção e os vulcões jogam nuvens de cinzas e gás no céu, e na sala vizinha pode estar ao ar frio e sentir as mãos entorpecidas enquanto fica embaixo da Aurora Boreal.

Vale a pena olhar a programação da atração antes de programar a sua visita, existem exposições sazonais que são imperdíveis. O Dynamic Earth é fantástico, mas ainda há mais para se ver em Edimburgo.

O National Museum of Scotland é um dos mais importantes do país. A atração começa no hall do museu, que possui uma estrutura que faz uso de luz natural para o ambiente, sendo muito impressionante ao primeiro olhar.

O museu possui vários andares divididos em salas temáticas com os mais variados temas que vão de reino animal a design. Muitas das exposições são interativas, o que torna a visita ainda mais divertida para os pequenos.

O primeiro andar é formado por sete galerias, sendo as mais importantes a Earth in Space que expõe objetos como telescópios e lunetas, além de explicar aos visitantes sobre a teoria do Big Bang.

O Animal World é uma das exposições mais interessantes do museu, contando com um esqueleto de Tiranossauro Rex, um camelo gigante, ursos, raposas, leões e vários outros animais. Uma interação curiosa que acontece nessa sala é em relação a balança que está localizada na galeria, o visitante sobe nela e ao invés de mostrar o peso em quilos, ela mostra a qual animal o peso corresponde.

E por fim, o Science and Technology é a galeria onde está exposta a ovelha Dolly, o primeiro mamífero a ser clonado na história. Ainda nessa galeria existe um carro de Fórmula 1 que funciona como simulador onde os visitantes podem se sentir como pilotos por alguns minutos.

A galeria Ancient Egypt, que toma boa parte do terceiro andar, se dedica a achados arqueológicos do Egito Antigo. Estão em exposição papiros que datam de 1500 a.C. e objetos que foram encontrados em sarcófagos, como joias, que eram usados no sepultamento.

A galeria Animal Senses conta curiosidades sobre os cinco sentidos de diversos seres, como mamíferos, insetos, animais aquáticos e até mesmo plantas. A exposição Restless Earth mostra aos visitantes detalhes sobre as transformações ocorridas na natureza como a solidificação da lava vulcânica quando entra em contato com o oceano, e o destaque da coleção é uma pedra de quartzo enorme vinda do Rio Grande do Sul, além de outras pedras brasileiras também expostas, como a ametista por exemplo. Também estão expostas pedras de outros países como Rússia e Austrália.

O museu é gigante e se você tiver mais de três dias em Edimburgo vale a pena voltar em duas tardes para ter uma experiência ainda mais completa.

Para jantar, vá ao The Grainstore, um restaurante especializado em culinária britânica e que também oferece uma excelente carta de vinhos, excelente encerramento para o segundo dia de viagem.

 

Dia 3

No terceiro dia de viagem você irá visitar a cidade de Stirling, localizada a uma hora de carro do centro de Edimburgo.Se pode ir tanto alugando carro ou de trem.

Se você gosta de filmes de história e já assistiu ao épico Coração Valente, certamente já sabe da importância histórica dessa cidade para a Escócia. Stirling já foi palco de algumas das batalhas mais importantes já travadas entre escoceses e ingleses, em território escocês, durante as Guerras da Independência Escocesa. Enquanto a monarquia escocesa estava lidando com a briga entre clãs nas terras altas, o exército inglês avançava e ganhava território. Em duas batalhas famosas travadas perto de Stirling, a Batalha de Stirling Bridge (liderada por William Wallace em 1297) e a Batalha de Bannockburn (liderada por Robert The Bruce), o exército escocês foi vitorioso e como é dito no hino não oficial da Escócia, mandou os ingleses de volta para casa. Além dessas batalhas, a cidade também é conhecida pela Old Town, uma versão mais modesta do que a de Edimburgo.

O Stirling Castle é um dos mais importantes castelos do Reino Unido, tanto por sua beleza e imponência, quanto por sua história. Situado no alto de uma colina, a Castle Hill, conta com edificações construídas entre 1496 e 1583, embora desde o ano 1100 ali fosse residência da realeza escocesa e local de reuniões importantes. São muitos os espaços que podem ser visitados, sem falar na vista espetacular que se tem do alto da colina.

O lugar mais bonito do castelo é o Palácio Real do Rei James V. O palácio foi inteiramente restaurado, proporcionando aos visitantes uma ideia clara de como eram os ambientes no século XVI, inclusive os aposentos do rei e da rainha. Esplendidamente decorado e mobiliado, lembra os anos em que foi o lar de infância de Mary, Rainha dos Escoceses. Intérpretes fantasiados montam o cenário e conversam com os visitantes sobre o palácio e as intrigas que ocorreram dentro de seus muros. O palácio é um dos edifícios renascentistas mais bem preservados do Reino Unido e foi remodelado para ter a aparência que poderia ter sido por volta de 1540. As câmaras reais incluem as magníficas salas onde nobres e cortesãos encontraram seu monarca e os quartos onde a realeza se aposentou com seus companheiros mais próximos.

No exterior do palácio é possível ver as Stirling Heads, cerca de 250 esculturas colocadas como símbolo de poder, justiça, paz e prosperidade. Essas peças decorativas feitas de carvalho enfeitavam o teto das salas do palácio. Muitas foram destruídas depois que um dos tetos do complexo caiu, mas as que sobreviveram estão no Castelo e no National Museum of Scotland, em Edimburgo.

Prossiga com a visita até o Grande Salão, concluído em 1503 e é o maior salão já construído na Escócia. Ali aconteciam celebrações da Corte, inclusive o batismo do príncipe Henry, filho do rei Jaime VI. O evento foi tão luxuoso que o peixe era servido por um enorme modelo de navio de madeira completo com canhões de tiro.

Prossiga com a visita até o The Regimental Museum of the Argyll & Sutherland Highlanders, um museu regimental onde os visitantes podem ver exposições e recordações de conflitos em todo o mundo. Entre eles está o tambor do baterista Kennedy, que salvou sua vida durante a Guerra dos Bôeres, quando ela desviou uma bala.

Há lembranças de muitos outros conflitos, incluindo a Primeira Guerra Mundial, em que o regimento sofreu muitas baixas. A coleção inclui retratos de dois coronéis-em-chefe – a princesa Louise, filha da rainha Victoria, e Sua Majestade a Rainha, que se tornou coronel em chefe em 1947, em seu aniversário de 21 anos.

Após a parada no museu, siga para a Chapel Royal, uma capela que foi construída em apenas sete meses, sob as ordens de James VI, que queria um lugar adequado para o batismo de seu filho e herdeiro, o príncipe Henry. Datado de 1594, foi um dos primeiros kirks protestantes da Escócia e também o último edifício real do castelo. Hoje, os visitantes podem ver um belo friso pintado por Valentine Jenkin em 1628, na expectativa de uma visita de coroação à Escócia pelo novo rei.

Após passar pela capela, siga para as Great Kitchens, um ambiente reconstituído para retratar como era a vida dos homens, mulheres e crianças que preparavam as festas para reis e rainhas e assavam o pão diário para os criados.

Também não deixe de conferir a Castle Exhibition, exibição que revela a história do castelo desde os primeiros tempos até os dias atuais e explorando quatro temas principais: (1) as Guerras da Independência e como o castelo mudou de mãos oito vezes em 50 anos, durante a longa e sangrenta luta entre os escoceses e os ingleses; (2) os enterros da Royal Chapel, onde nobres estão enterrados e um pouco de suas histórias; (3) homens que seriam reis: o que fez James IV e James V terem sucesso, onde James III falhou; (4) artistas do castelo, que conta a história de John Slezer, artista e desenhista do século XVII, que criou imagens impressionantes do castelo e Jane Ferrier, cujas ilustrações foram essenciais para o conhecimento dos Stirling Heads.

Também há o Palace Vaults, que certamente irá agradar os pequenos. No local das masmorras do castelo foi criada uma exposição interativa que através de música, artes plásticas, design de moda e histórias inserem as crianças no contexto histórico do castelo.

Para finalizar a sua visita pelo castelo, não deixe de passear pelos jardins da Rainha Anne e se o dia estiver ensolarado, não deixe de fazer uma pausa para repousar debaixo da faia de 200 anos de idade.

Faça uma pausa rápida para almoçar na cidade antes de seguir com o passeio.

Do lado oposto ao castelo está localizado o Monumento Wallace, uma torre de 67 metros que se encontra no topo da Abbey Craig, uma alta colina que coroa a cidade de Stirling. Foi construído em 1869, sendo fruto de uma campanha doada por contribuintes a fim de trazer a tona novamente o espírito escocês, honrando seu maior herói, o cavaleiro William Wallace.

O local foi escolhido para ser construído o monumento por ter sido ali o ponto onde Wallace se escondeu com seu exército antes da Batalha da Ponte de Stirling, pois, por ser o lugar mais alto da região, ele poderia visualizar o inimigo e montar sua estratégia antes da guerra.

Como Wallace é um herói em toda a Escócia, escolher deixar o Monumento em Stirling também era uma opção conveniente para evitar a rixa entre Edimburgo e Glasgow, as duas maiores cidades do país.

A torre possui três patamares diferentes, sendo o primeiro o Hall of Arms, onde é possível conhecer a história por trás da Batalha da Ponte de Stirling, as armas utilizadas e as bandeiras de cada clã escocês participante.

O segundo, e mais impactante, o Hall of Heroes, recebe o visitante com a espada original usada por William Wallace, artefato que mede 1,63 metros e pesa três quilos. Além da espada, cartas, assinaturas e selos de autoria de Wallace também estão expostos ali. Na mesma sala estão expostos bustos de outras personalidades escocesas que ajudaram a formar a nação.

No último e mais alto patamar, no topo da torre, é possível vislumbrar toda a cidade embaixo e entender onde a batalha ocorreu exatamente, com mapas mostrando como os arredores eram no século XIII.

Vale a pena ficar por ali até o final da tarde e ver o sol se por em Stirling, uma ótima forma de se despedir da cidade.