FLANDERS, Bélgica – 3 dias Perfeitos

Flanders, no norte da Bélgica, região também conhecida como Flemish ou Flamenca, é a região Belga de idioma Holandês que fica no norte do país, reconhecida mundialmente pela sua arte, cultura e gastronomia, com atenção especial aos famosos chocolates belgas e as cervejarias artesanais. A região contém cidades importantíssimas tanto historicamente quanto para o turismo no país, e nesse roteiro iremos focar em três: Antuérpia, Ghent e Bruges. Embora cada uma das cidades tenha suas características e histórias próprias, a combinação dessas três cidades faz da recomendação da Super Explorers o guia ideal para três dias perfeitos em Flanders.

 

Dia 1

Comece a visita em Antuérpia, um centro cosmopolita moderno, cuja rica herança artística e cultural escoa por todos os cantos da cidade. Antuérpia é a segunda cidade mais populosa da Bélgica, localizada ao longo do rio Scheldt, reconhecida mundialmente pela liderança no comércio global de diamantes, além de ser uma importante capital da moda europeia.

Com localização privilegiada, o porto de Antuérpia permitiu que a cidade crescesse em poder e influência durante a Idade Média, se tornando um centro comercial importante, construindo  catedrais gloriosas e apoiando uma cena artística vibrante, com destaque para Peter Paul Rubens, o artista belga mais influente de sua geração, que mantém sua herança artística até os dias de hoje, quase quatro séculos após sua morte.

Para iniciar seu passeio em Antuérpia, comece o dia na principal estação ferroviária da cidade, a Centraal Station.

Amplamente celebrada como o melhor exemplo de arquitetura ferroviária na Bélgica, a estação é tão bonita que os locais a chamam de Spoorwegkathedraal, que significa “Catedral Ferroviária”. A estação ferroviária foi projetada pelo famoso arquiteto Louis Delacenserie, que se inspirou no Panteão Romano e na antiga estação ferroviária de Lucerna, na Suíça. A enorme cúpula é uma característica particularmente impressionante, assim como a construção da estação de pedra.

A estação passou por um grande projeto de reforma entre 2000 e 2009, que aumentou o número de plataformas e viabilizou uma linha ferroviária de alta velocidade. Dedique algum tempo para passear pela estação e para isso vale até mesmo parar para tomar um café.

Bem próxima a estação de trem fica o mundialmente famoso Distrito de Diamantes, pelo qual Antuérpia é mundialmente reconhecida. De todo o volume de diamantes comercializado no mundo, passam pelo distrito de diamantes na Antuérpia 85% de todas as gemas brutas, 50% dos diamantes polidos e 40% dos diamantes industriais. Embora você não pode visitar as 4 Bolsas de Diamantes que existem no distrito, vale a pena conhecer rapidamente o bairro e visitar algumas das inúmeras lojas que vendem direto aos consumidores finais, abertas todos os dias da semana, exceto aos sábados. Se por acaso você tiver interesse em comprar diamantes, este é o lugar certo, tanto em variedade e qualidade como também em obter excelentes preços, e para isso não hesite em negociar e barganhar bons descontos.

Ainda nos arredores da estação está localizada o Chocolate Nation, o maior museu do chocolate belga do mundo, inteiramente dedicado ao chocolate do país. Comece sua visita com um tour extenso e informativo pelo museu e descubra a história do chocolate belga. Você vivenciará a história deste doce prazer ao passar pelos quatorze quartos temáticos.

E depois do passeio há um workshop durante o qual o visitante aprenderá a fazer chocolate sozinho. É uma ótima opção para quem está visitando a região de Flanders com crianças. Mesmo que você prefira não fazer o tour no museu, não deixe de fazer uma visita à loja do museu.

Em seguida, siga para a Rubens House (Rubenshuis), a antiga casa de Peter Paul Rubens, um dos artistas mais famosos da Antuérpia. Mesmo por fora, a casa parece realmente especial, com uma fachada ornamentada coberta por belos relevos.

Uma obra de arte por si só, a casa foi projetada pelo próprio Rubens para se parecer com uma villa italiana, o que foi executado com sucesso. A casa foi restaurada no início do século XX e aberto como um museu em 1946. Além de artefatos de vida do pintor, o museu exibe muitos de seus quadros mais famosos, incluindo Adão e Eva e um auto-retrato notável.

Depois da Casa Rubens, continue seu dia em Antuérpia com uma visita ao Museu Plantin-Moretus. Saia de Rubenshuis e siga para o oeste na Jodenstraat até chegar ao museu, localizado em uma bela parte da cidade, cercada por casas antigas coloridas e preservadas.

Localizado em uma antiga gráfica, o Museu Plantin-Moretus foi fundado em 1876 para homenagear a contribuição de Antuérpia para a tipografia e exibir equipamentos de impressão antigos, volumes antigos na biblioteca do século 17, obras de Rubens e Anthony Van Dyck e vários artefatos inestimáveis. Não perca a chance de ver uma Bíblia de Gutenberg original (uma das 49 que ainda existem hoje), o primeiro atlas impresso do mundo e duas das mais antigas máquinas de impressão do mundo.

Depois de visitar os livros antigos, tapeçarias e impressoras, recomendamos que você faça uma pausa para o almoço na Paters Vaetje é um ótimo destino na cidade velha de Antuérpia. O adorável estilo Art Nouveau oferece o cenário para experimentar algumas das cervejas belgas mundialmente famosas, como Karmeliet, Trappist e outras cervejas, com inúmeras opções de comida, incluindo clássicos belgas e pratos mais rápidos como as famosas batatas fritas belgas com acompanhamentos.

Após a refeição, siga para Hoogstraat, uma charmosa rua de paralelepípedos atrás do museu. Basta caminhar em direção norte, passando por várias lojas coloridas e cafés e restaurantes pitorescos até chegar a Onze-Lieve-Vrouwekathedraal Antwerpen, ou seja, a Catedral de Nossa Senhora. Impressionantes torres foram elevando-se sobre o horizonte da cidade desde o século XIV, quando o edifício foi uma das estruturas mais altas do mundo conhecido.

Infelizmente, por ser um edifício católico romano, a catedral foi saqueada, devastada e incendiada várias vezes nos últimos dois séculos. Visto que grande parte do interior original foi perdido, a maioria dos elementos estruturais góticos vistos no interior são o resultado de uma recriação posterior do século XIX.

Assim que sair da catedral faça uma caminhada breve até a Groenplaats, uma das praças mais famosas da Antuérpia. A Groenplaats é um ponto importante na cidade, já que é um centro comercial no coração da cidade. Desde a Idade Média, Groenplaats é um cemitério pertencente à Catedral de Nossa Senhora. Só no final do século XVIII este cemitério foi transformado em praça. Isso aconteceu depois que o imperador José II proibiu o uso de cemitérios dentro das muralhas da cidade.

Depois se encaminhe para o Grote Markt, uma praça magnífica no centro da cidade e um dos lugares mais importantes para se visitar em Antuérpia, perfeito para vivenciar o espírito da cidade. Se você já viu um cartão-postal da Antuérpia, é provável que a foto tenha sido tirada no Grote Markt, cercado por casas de guilda centenárias.

A praça é também o lar da Câmara Municipal, ou Stadhuis van Antwerpen, datada do século XVI. A belíssima fonte do Brabo ocupa o centro da praça, retratando Silvius Brabo, o jovem guerreiro da lenda belga, quando está prestes a jogar a mão decepada do gigante maligno no rio. A praça é particularmente impressionante no inverno, quando abriga uma feira de Natal e todos os prédios ao redor são iluminados por milhares de lamparinas.

Em seguida, é hora de experimentar um pouco de contraste com os outros monumentos clássicos e atrações centenárias no Museu aan de Stroom que é tão impressionante por fora quanto por dentro. Para chegar lá, basta seguir as ruas estreitas da cidade velha de Antuérpia ao norte por 10-15 minutos até chegar à orla. Aproveite a oportunidade para observar as antigas construções e absorver um pouco do clima e atmosfera da cidade. Ao chegar, você verá um grande edifício em forma de cubo com uma fachada de arenito vermelho. Uma visão pitoresca, o museu abriga uma enorme coleção com todos os tipos de artefatos, incluindo esculturas, utensílios e obras de arte.

O museu é único no sentido de que não funciona como um museu típico ao qual estamos acostumados. Em vez disso, o Museu aan de Stroom explora os temas universais do poder, da vida, da morte e da metrópole por meio de histórias e mini-exposições que estão estrategicamente distribuídas pelos cinco andares do museu. Ver tudo pode facilmente levar mais de 2 horas. Se você sentir que não terá tempo suficiente, pelo menos suba até o terraço da cobertura do museu para ter a chance de desfrutar de algumas das melhores vistas da cidade.

Do último andar do museu, você deve ter uma boa vista do Porto de Antuérpia, famoso por ser o segundo maior porto europeu, atrás apenas do porto de Rotterdam. Se você quiser, pode dar uma curta caminhada ao norte do museu para ver mais de perto. As enormes docas podem armazenar quase 3,6 milhões de metros cúbicos de carga a granel, uma capacidade que costuma ser usada ao máximo.

Ao sul do Museu aan de Stroom, ao longo da costa leste do rio Scheldt, você encontrará o Castelo Steen, uma impressionante fortaleza medieval conhecida localmente como Het Steen ou “The Stone”. O castelo foi concluído por volta de 1200-1225, em uma época em que quase todas as casas de Antuérpia eram feitas exclusivamente de madeira, daí o nome do castelo. Vale a pena se aproximar do Castelo para ver ele por fora, e seguir passeando um pouco mais ao longo da margem do rio.

Retornando para o centro da cidade, faça um passeio pela Meir Street, a avenida comercial mais vibrante da cidade. Nessa charmosa rua, você encontrará filiais de muitas das grandes redes internacionais aqui nos imponentes edifícios dos séculos 18 e 19. Visite o Shopping Stadsfeestzaal, um shopping center localizado em um edifício restaurado da cidade.

Continuando a caminhada, sinta-se à vontade para verificar as inúmeras lojas, cafés e restaurantes em ambos os lados da rua. Existem vários restaurantes excelentes para desfrutar de um bom jantar, e De Pottekijker é um deles, com charmoso exterior do século 16 esconde que verdadeiros tesouros, incluindo incríveis grelhados, carnes e pratos de peixe que são bem conhecidos em toda a Antuérpia. É um restaurante calmo e aconchegante, que fará você se sentir bem-vindo enquanto saboreia alguns dos melhores pratos de Antuérpia.

Dia 2

Comece o segundo dia conhecendo o bairro de Eilandje, a região portuária da cidade.

Het Eilandje, “A Pequena Ilha” em tradução livre – é assim chamada por um bom motivo: a área portuária mais antiga de Antuérpia é cercada por água. Hoje, a atividade portuária está mais concentrada no norte, mas a sensação de porto ainda está muito presente. Aprecie a atmosfera histórica da antiga doca de carga com seus armazéns monumentais, lanternas, hangares e paralelepípedos. Além do MAS (Museum aan de Stroom), visitado no dia anterior, há outras duas atrações que chamam mais uma vez a atenção para as ligações entre a cidade e a água: Red Star Line Museum e Port House.

A origem do porto remonta ao século XVI, quando uma área portuária foi criada aqui com o nome de Nieuwstad. Durante o regime francês, o imperador Napoleão Bonaparte transformou a área em uma base naval. Após a queda de Napoleão, aproveitou-se a excelente infraestrutura e a área foi transformada em uma importante zona portuária. O enorme crescimento do porto de Antuérpia fez com que este se tornasse rapidamente muito pequeno, resultando na mudança da área de atividade portuária para o extremo norte da cidade.

Visitando o Red Star Line Museum você conhecerá a história das pessoas que embarcaram pela companhia entre 1902 e 1935 com o intuito principalmente de emigrar para os Estados Unidos.

O Red Star Line Museum não tem uma coleção típica, do conceito tradicional que temos de museu. A coleção coleta e arquiva histórias, entre elas testemunhos audiovisuais e documentos escritos. O que torna o museu ainda mais especial é o fato de adotar uma abordagem muito moderna nos edifícios originais da Red Star Line. Os armazéns portuários que serviam para os exames administrativos e médicos dos passageiros são o grande destaque da coleção. Não deixe de visitar também a torre de observação do museu, que se eleva acima dos armazéns em forma de chaminé de um navio, oferecendo uma vista panorâmica incrível.

Ainda mais ao norte do bairro de Eilandje está localizada uma das joias da arquitetura moderna de Antuérpia: o Antwerp Port House.

A construção foi concluída em 2016. O local abriga o Corpo de Bombeiros no edifício inferior e na construção moderna que se assemelha a um diamante estão localizados os escritórios da administração do porto.

Cercada por água, a fachada da nova extensão é uma superfície envidraçada que ondula como ondas e reflete a mudança de tons e cores do céu da cidade. As facetas triangulares permitem que as curvas aparentemente suaves em cada extremidade do edifício sejam formadas com lâminas planas de vidro. O projeto foi da arquiteta iraquiana Zaha Hadid.

Após a visita, siga para a próxima cidade do roteiro, Bruges.

Bruges é uma das principais cidades da Bélgica e recentemente ganhou popularidade como destino turístico por oferecer uma rica história e cultura belgas. Bruges conseguiu preservar seus prédios e outras estruturas por séculos, sendo pouco danificada durante a Segunda Guerra, o que contribui para o charme pitoresco e antigo da cidade.

A cidade tem a particularidade de ter um canal que atravessa toda a cidade e por isso às vezes é chamada de Pequena Veneza do Norte. Bruges também é conhecida por sua arquitetura gótica – os telhados da maioria dos edifícios são pontiagudos e datam da época de sua construção na época medieval.

Comece o passeio pela região de Bruges conhecendo os moinhos de vento Kruisvest.

Os moinhos de vento Kruisvest são quatro moinhos de vento localizados na rua Kruisvest que se originaram na era medieval. Todos os quatro moinhos de vento ficam no topo de suas próprias colinas, por isso é um ótimo ponto de vista para observar toda a cidade. Ao lado dos moinhos de vento está o Hof de Jonghe – um parque onde você pode alimentar e fotografar ovelhas. No entanto, isso depende da época do ano que você escolher para sua visita. Na primavera e no verão, você poderá avistar as ovelhas, mas durante o inverno o parque provavelmente estará vazio.

Ao chegar na cidade, faça uma pausa para almoçar no restaurante De Pepermolen, especializado em culinária europeia, com ênfase na belga.

Após a refeição, siga para o Markt, a histórica praça do mercado no centro da cidade com restaurantes, lojas, hotéis, albergues e parques. O Markt também é chamado de Centro Histórico de Bruges e foi declarado Patrimônio Mundial da UNESCO em 2000.

Um destaque da praça é o Provinciaal Hof, um imponente edifício em estilo neo-gótico que foi construído em duas fases (1887-1892 e 1914-1921) e faz referência às fachadas góticas da Câmara Municipal de Bruges e do palácio Gruuthuse. Artistas renomados como Hendrik e Gustaaf Pickery fizeram a decoração de interiores, os vitrais e as ferragens. O prédio do lado esquerdo foi originalmente planejado para ser a residência do governador.

Estando na praça, não perca a oportunidade de provar os tradicionais waffles belgas. Os waffles são vendidos em vendedores ambulantes e lojas, então não será difícil de encontrar.

Existem muitos museus e lojas no Markt onde você pode passar horas explorando o mercado. Uma parada importante a fazer aqui é o Choco-Story, um museu de chocolates que mostra a história do chocolate belga. O museu mergulha seus visitantes na história do cacau e do chocolate, indo dos maias e conquistadores espanhóis aos conhecedores de chocolate de hoje. Se você estiver com crianças, essa é uma parada imperdível, ainda mais porque ao final da visita existe uma degustação de chocolates artesanais.

No final da tarde, faça um passeio pelos canais da cidade. Você não pode ir a Bruges sem fazer um passeio de barco pelo canal que atravessa a cidade. Você será capaz de ver a cidade de uma perspectiva diferente em comparação com apenas caminhar pela cidade. Os passeios de barco acontecem de março a novembro de cada ano, pois é quando o clima permite essa atividade. Deixe para fazer esse passeio ao entardecer e veja o pôr do sol pelo canal da cidade, é lindíssimo.

Para o jantar, recomendamos o restaurante Gruuthuse Hof, famoso em toda a região de Flanders pela fabulosa culinária flamenca. O restaurante é bastante procurado, portanto é necessário fazer reservas com antecedência.

 

Dia 3

Comece o dia conhecendo o Belfry of Bruges, um dos símbolos mais importantes da cidade e certamente um dos mais notáveis com seus quase 100 metros de altura

A torre mais impressionante de Bruges data do século 13, tem 83 metros de altura e é protegida como patrimônio mundial. Quem subir todos os 366 degraus será recompensado com uma vista deslumbrante da cidade e seus arredores. Na subida, você pode parar no tesouro, que guardava os selos e os cofres da cidade durante a Idade Média. Alguns passos adiante, você verá o impressionante tambor musical que opera o carrilhão que pode ser ouvido em toda a cidade.

Muito perto da torre está localizada a Basílica do Santo Sangue, outro lugar que vale a pena visitar. Foi construído em meados do século XII com várias restaurações posteriores e o edifício recebeu este nome porque abriga o que é supostamente um pano embebido no sangue de Jesus Cristo. Ao visitar, você consegue perceber o motivo que faz este lugar importante para os cristãos, mas mesmo que você não seja uma pessoa religiosa, a arquitetura do local é fascinante.

Depois de todas essas caminhadas e passeios turísticos, você pode querer relaxar um pouco e o Parque Minnewater, a cerca de 500m ao sul da basílica mencionada, é um ótimo lugar para isso. Este encantador parque está situado entre muita área verde e o gracioso Lago do Amor. A uma curta caminhada fica o silencioso Beguinage, o lugar onde os residentes de Bruges relaxam com a grama sob os pés. Com tantos jardins íntimos que você tem a maravilhosa sensação de ter o parque só para você, excelente para recarregar as baterias antes de seguir com o passeio.

Depois de conhecer o parque, siga para o Gruuthusemuseum, museu de história da cidade.

No museu, você pode viajar por três períodos cruciais da história de Bruges. Em primeiro lugar, há o apogeu da cidade na Borgonha, seguido pelo período anteriormente subposto durante os séculos 17 e 18, antes de terminar com a “redescoberta” de Bruges no estilo neogótico do século 19 que é tão típico da cidade hoje. Esses três períodos ganham vida com mais de 600 exposições, cada uma com sua própria história para contar. De tapeçarias majestosas a vitrais góticos, de esculturas de madeira elegantes a rendas históricas refinadas, de pinturas de diferentes períodos a uma mesa de jantar dos séculos 17 e 18, com talheres de prata e porcelana chinesa de luxo.

Após a visita, faça uma pausa para o almoço. A nossa recomendação é o restaurante ‘t Huidevettershuis, localizado em um edifício que já serviu como taverna e hospedaria desde 1302. O ambiente é bastante tranquilo e os pratos são excelentes, não deixe de pedir uma ótima cerveja para acompanhar.

Em seguida, siga para o Museu de Diamantes de Bruges.

O Museu do Diamante está localizado no coração de Bruges. A arte do polimento de diamantes foi inventada na cidade. De acordo com o historiador Ludo Vandamme, os diamantes foram lapidados e comercializados em Bruges já no século XIV, muito antes de se tornarem uma indústria importante em Antuérpia e Amsterdam. O Museu se dedica a informar os visitantes sobre todos os aspectos dos diamantes e joias que levam essa pedra preciosa.

A coleção permanente do museu explica o papel desempenhado pela pedra preciosa na história, com especial destaque para sua evolução sob os duques de Borgonha. Há uma seção dedicada ao desenvolvimento do diamante industrial e sua importância nos processos de fabricação. Um robô, chamado Boris, faz diamantes de grafite em poucos minutos e é uma exibição popular no museu. Outras exposições incluem uma das melhores coleções de ferramentas de corte de diamantes do mundo, até mesmo com pedras brasileiras na exposição.

Ao fim do passeio que dura pouco mais de 30 minutos, você deve fazer uma visita a uma das cervejarias da cidade. Na época medieval, Bruges tinha mais de 50 cervejarias. Atualmente, a cidade tem 3 cervejarias em funcionamento (chamadas Bourgogne des FlandersFlanders, Fort Lapin e De Halve Maan), onde os visitantes podem saborear cerveja belga fresca e visitar as instalações da cervejaria.

A cervejaria De Halve Maan está em atividades desde 1586 e pertence a mesma família desde então, fazendo dela a mais antiga em funcionamento na cidade. O tour é muito interessante, que leva os visitantes das instalações modernas às mais antigas, fazendo uma viagem no tempo através da história da empresa. Além disso, é possível conferir como a cerveja é produzida até o envase, sendo possível acompanhar todos os processos. No final do tour, os visitantes são levados ao terraço da fábrica e podem contemplar uma bela vista da cidade.

É também importante mencionar a cervejaria possui outra característica única: o único duto de cerveja do mundo. O “cervejoduto” belga tem 3,2 quilômetros de extensão e conecta a cervejaria no centro histórico da cidade a uma engarrafadora localizada na área suburbana. De acordo com a cervejaria, essa foi a solução encontrada para o pesadelo logístico de ter caminhões circulando diariamente pelas ruas estreitas de paralelepípedos da cidade medieval.

Para encerrar o dia, a recomendação para o jantar é o Gran Kaffee De Passage, localizado no coração do centro histórico de Bruges. Com menu que oferece pratos típicos da cozinha belga e uma boa carta de cervejas belgas, esse é um restaurante tradicional e rico em história. Com sua atmosfera única, é um dos lugares mais charmosos e aconchegantes que visitamos na cidade.

Dia 4

Pela manhã, siga para a cidade de Ghent, a próxima cidade do roteiro.

Localizada na região de Flanders, a cidade começou como um assentamento na confluência dos rios Scheldt e Leie, durante a Idade da Pedra. A maior parte dos historiadores acredita que o nome é derivado de “Ganda”, uma palavra celta que significa confluência. No final da Idade Média, a cidade se tornou uma das maiores e mais ricas cidades do norte da Europa.

Quando os francos invadiram os territórios romanos entre o final do século IV e século V, trouxeram sua língua, fazendo com que os idiomas celta e latino fossem substituídos pelo holandês antigo. Ghent foi ocupada pelos alemães nas duas Guerras Mundiais, mas escapou da destruição severa. Atualmente, a cidade possui cerca de 250 mil habitantes e tem uma grande importância portuária e universitária. Anualmente no mês de julho, a cidade abriga o “Festival de Ghent” (Gentse Feesten, em holandês), com dez dias de duração, recebendo entre 1 milhão e 1,5 milhão de visitantes. Nele ocorrem apresentações teatrais, shows e outros eventos culturais.

Comece o dia atravessando a Ponte de São Miguel.

Desta ponte, você poderá ver todas as três torres medievais – as torres da Igreja de São Nicolau, o Campanário de Ghent e a Catedral de São Bavão. Ainda na ponte, reserve alguns minutos para admirar a paisagem e tirar algumas fotos. Além disso, se você tiver paciência, verá barcos cheios de turistas passando logo abaixo da ponte, abrindo caminho pelos canais.

A Ponte de São Miguel é um dos lugares mais românticos de Ghent. Oferece vistas espetaculares tanto de dia como de noite. Para onde quer que você olhe, há algo espetacular para ver.

Em seguida, faça um passeio nas ruas Graslei e Korenlei. Estas duas ruas paralelas ao rio são imperdíveis quando você está visitando a cidade, em parte pelo fato de as fachadas serem refletidas no rio Lys, formando uma espécie de espelho d’água.

As casas à beira d’água vivem e respiram história. A Cooremetershuys agora é uma loja de acessórios. Na Idade Média, porém, o medidor oficial de milho presidia o comércio de grãos ali. Dê uma boa olhada na fachada completamente restaurada da Casa da Guilda dos Marinheiros Livres também. Muito dinheiro foi investido neste edifício ao longo dos séculos, e isso é visível nos adornos nas fachadas.

Do outro lado da rua, na Graslei, você encontrará a menor casa de Ghent. Com uma fachada estreita e apenas duas janelas, esta casa é muito intrigante, sendo difícil de imaginar alguém vivendo ali.

Seguindo com o passeio, faça um passeio de barco que começa na Ponte Grasbrug. Possivelmente na sua visita haverá dois tipos de barco disponíveis: os cobertos e descobertos. Se o clima estiver bom, não deixe de escolher o barco descoberto, o visual da cidade vai encantar seus olhos.  O passeio de barco oferece uma vista única da cidade. Sente-se, relaxe e admire a vista. Certifique-se de escolher um guia que fale inglês para ter um aproveitamento total do passeio.

O passeio o levará ao Castelo Gravensteen e terminará em Rabot. Este belo portal fortificado foi usado para inundar uma grande área ao redor da cidade em tempos de guerra.

Em 1488, Maximiliano da Áustria aproveitou um ponto fraco nas defesas de Ghent para tomar a cidade. Após 40 dias de cerco, seu exército se retirou sem ter cumprido sua missão e as autoridades da cidade aproveitaram para fortalecer o edifício central por meio de duas torres. Embora o restante da edificação tenha sido perdida através dos séculos, o edifício central segue em ótima conservação após ter passado por uma restauração há alguns anos.

Após a visita, siga para o Castelo Gravensteen, um resquício da era medieval de Ghent, datado de 1180.

Conhecido como “Castelo dos Condes”, esse castelo possui um passado muito turbulento, intimamente ligado à complexa história política e social da cidade. É o único castelo medieval remanescente com um fosso e sistema de defesa praticamente intacto em toda a região de Flanders. A portaria, muralhas, torreão, residência do conde e estábulos estão abertos aos visitantes.

Volte no tempo dentro desta majestosa fortaleza. A sua história remonta à época da ocupação romana, quando já existia um povoado num banco de areia junto ao rio Lys. Após um breve período de pilhagem Viking, os Condes de Flanders converteram as antigas construções de madeira em uma fortaleza na Idade Média, com muralhas construídas inteiramente de pedra, repletas de 24 torres. O imponente edifício com sua arquitetura militar era um símbolo do poder dos condes na turbulenta cidade de Ghent.

Se você quiser fazer sua visita ao castelo de uma forma diferente, não deixe de solicitar o áudio guia no início da visita, que conta com a narração do comediante Wouter Deprez que o levará em uma jornada pela história do castelo, repleta de comentários cômicos e descrições das batalhas que ocorreram ali.

Em seguida, faça uma pausa para o almoço e a nossa sugestão é o Restaurante De Acht Zaligheden, especializado em culinária belga. No local, não deixe de pedir para se sentar em uma mesa no lado de fora e aproveite a refeição com uma vista para o Rio Lys.

Depois da refeição siga para Werregarenstraat ou Grafitti Street como é mais conhecida na cidade.

Werregarenstraat, uma rua de Ghent que foi entregue a artistas locais, possui uma coleção eclética de graffiti que se estende por dois quarteirões. A rua foi originalmente fornecida como um meio de impedir a disseminação de graffiti em outras partes da cidade; as autoridades acreditam que se os artistas tiverem um local designado para criar sua arte, eles podem evitar deformar prédios históricos em toda a cidade. O plano funcionou amplamente; para ver a arte de rua durante o seu dia em Ghent, esse é o local para se visitar. Se você visitar Ghent mais de uma vez, Werregarenstraat ainda será um ótimo destino: as paredes são periodicamente devolvidas a uma tela em branco,

Após o passeio pela rua, siga para o Korenmarkt, um dos mercados mais antigos da cidade.

Korenmarkt se traduz em mercado de trigo em inglês e tem sido historicamente o centro de atividade de Ghent, o que permanece até hoje. Korenmarkt está rodeado por vários marcos famosos de Ghent, incluindo a Igreja de São Nicolau e o Rio Leie, bem como uma série de bares e restaurantes que costumam lotar os turistas. Korenmarkt também hospeda vários grandes eventos a cada ano, incluindo o Festival de Ghent que celebra a música e o teatro e o mercado anual de Natal.  Se a sua visita a Ghent acontecer durante o inverno, o Korenmarkt terá muitas opções para mantê-lo entretido e, durante os meses mais quentes, é um ótimo lugar para relaxar com uma cerveja e fazer uma pausa antes de continuar conhecendo a cidade.

Após a visita, siga para a Torre Belfry e tenha dali a melhor vista da cidade.

O Belfry é a torre entre a Catedral de São Bavo e a Igreja de São Nicolau. Um dragão de fogo, o orgulhoso símbolo e mascote de Ghent, guarda o coração histórico da cidade. O Belfry simboliza a prosperidade e independência da cidade. O Cloth Hall, construído sobre o Campanário, foi concluído em 1907.

O Campanário de Ghent, reconhecido como Patrimônio Mundial da UNESCO é uma visita imperdível quando se está visitando a cidade. Em 1402, esse era o local onde guardavam os tesouros da cidade. O dragão, que está na torre desde 1377 é desde então o guardião simbólico do campanário. O Belfry também carregava orgulhosamente a campainha de alarme, o “Grande Triunfante”, hoje carinhosamente chamado de “Roland” pelo povo da cidade.

No entanto, apesar de toda a história, o melhor que a torre pode oferecer é a vista da vibrante cidade de Ghent. Existe um elevador no primeiro andar ou você pode optar por subir pelas escadas. A vista deslumbrante de Ghent irá encantá-lo.

Em seguida, faça uma visita a Igreja de São Nicolau, a mais antiga de Ghent.

Uma das características que definem o famoso horizonte medieval de Ghent, as Três Torres, entre elas a da Igreja de São Nicolau é imperdível. Concluída em 1200 e atualmente em reconstrução, este edifício monolítico de estilo gótico com sua coloração cinza azulada é um dos marcos da cidade.

O altar-mor barroco, o mármore preto e vermelho e o lustre gótico são apenas algumas das peças que você encontrará no interior. A peça de arte mais famosa dentro da catedral é A Adoração do Cordeiro Místico. É considerada a obra-prima de Van Eyck e uma das peças mais importantes do início do Renascimento do Norte.

Termine o seu dia em Ghent com uma curta caminhada pelas ruas. Você encontrará belos edifícios, pequenas lojas de souvenirs e lindas lojas de chocolate. Não deixe de experimentar o Neuzen (ou Cuberdon) são balinhas, geralmente roxas, típicas de Ghent que tem um formato piramidal que lembra um nariz. Os “narizes de Ghent” são extremamente doces, mas são uma das marcas registradas da cidade.

Para finalizar o dia, não deixe de voltar a Ponte de São Miguel e ver como toda a cidade fica ainda mais bonita a noite.

Para o jantar, recomendamos o Valentjin Restaurant, especializado em culinária europeia com forte influência belga. O restaurante é pequeno e muito procurado na cidade, então lembre-se de fazer sua reserva ao planejar sua viagem.