MUNIQUE, Alemanha – 3 dias Perfeitos

A capital da Baviera dispensa apresentações. Para muitos estrangeiros, ela é a cara da Alemanha: cerveja, calças de couro, Oktoberfest e uma alta qualidade de vida. Mas Munique é muito mais do que isso. É uma cidade vibrante, com uma variedade de atrações culturais e muitas opções de vida noturna.

“Minga”, como a metrópole é conhecida pelos locais, oferece uma mistura agradável de museus e restaurantes, salas de concertos e prédios históricos, espaços de recreação e de compras. Três dias podem ser pouco para conhecê-la, mas dá para ter um gostinho da cidade.

Dia 1

A melhor forma de conhecer Munique e a sua história é começando pelo centro histórico, especialmente na Marienplatz.

Originalmente, a praça se chamava Schrannen, mas foi renomeada como Marienplatz (Praça de Santa Maria, em tradução livre) para pedir à Virgem que protegesse a cidade da epidemia de cólera que a acometia. A Marienplatz foi o lugar de celebração de importantes eventos públicos e festas desde tempos imemoriais, como festas, torneios e execuções. Com o passar dos anos conservou seu papel como coração da cidade e continua sendo um dos pontos mais importantes e queridos de Munique.

A principal praça da cidade conta com diversos pontos indispensáveis, como a Neues Rathaus, prédio da nova prefeitura. O prédio é a sede da prefeitura e administração geral de Munique. No andar térreo existem algumas lojas de souvenirs, um centro de informações para turistas onde é possível encontrar mapas e guias da cidade em português e no interior do prédio, ainda no térreo, existe um restaurante com diversas opções típicas da Baviera.

O edifício começou a ser construído em 1867 e ficou pronto somente em 1909, em estilo neogótico. Ele foi construído devido à falta de espaço na prefeitura antiga.

Em 1944 foi ligeiramente danificada pelos bombardeios e reconstruída após a guerra. Hoje, o complexo possui seis pátios e foi construída ao longo de um terreno de 9159 m². O interior do edifício é gigante e é muito fácil se perder pelos corredores e galerias. Se você quiser ter uma vista privilegiada da Marienplatz, você pode desfrutar da vista através de um mirante localizado na torre principal do edifício que tem mais de 85 metros de altura.

Na mesma torre está localizado o Glockenspiel, o carrilhão que fica na torre do meio na fachada da prefeitura. Ele possui 43 sinos, com 32 figuras que apresentam cenas de vários pontos da história da cidade, sendo o quinto maior da Europa. O nível superior mostra a comemoração do casamento do duque Wilhelm V com Renate de Lorraine em fevereiro 1568. Em honra aos recém-casados, um torneio de cavaleiros foi realizado na época, na Marienplatz. Aqui, o cavaleiro bávaro triunfa sobre o seu adversário de Lorraine.

O piso inferior mostra a dança Schäfflertanz. Depois de uma grave epidemia de peste, um fabricante de barril resolveu dar uma volta pelas ruas, em 1517, dançando, para alegrar um pouco a população sofrida e desestimulada pela peste. O efeito foi tão positivo e ele teria divertido tanto a população que se iniciou uma tradição anual. O Glockenspiel toca três vezes por dia no verão, no restante do ano apenas duas vezes. Vale a pena estar por ali as 11h da manhã e ver o mar de turistas parando para observar a apresentação.

Ainda na Marienplatz, temos a Mariensäule (Coluna de Santa Maria, em tradução livre), que foi erguida na praça em 1638 para celebrar o fim da invasão sueca ao reino da Baviera. A coluna tem uma estátua da Virgem Maria no topo e em sua base é cercada de anjos além do belo jardim na construção.

Um pouco mais a frente está a Altes Rathaus, construída por volta do ano 1310, era a antiga prefeitura da cidade. Seu interior é uma obra-prima da arquitetura medieval e com o passar dos séculos o prédio foi sempre sendo ajustado à época correspondente. Entre 1861-64, foi novamente redecorado em estilo gótico. Durante a Segunda Guerra Mundial o prédio foi muito danificado e somente em 1953 foram iniciadas as obras de reconstrução. A torre de 55 metros de altura só foi reconstruída em 1975. A torre abriga o Museu dos Brinquedos, onde são exibidos trens em miniatura, bonecas, ursos de pelúcia e muitos outros brinquedos.

Afastando-se um pouco da Marienplatz, siga até a Peterskirche, a igreja mais antiga de Munique e praticamente o marco zero já que a igreja é considerada o ponto de origem da cidade. A igreja teve sua construção final em 1368 e no início do século XVII a torre da igreja foi finalizada e graças a essa construção hoje é possível ter uma vista panorâmica de toda a cidade se você estiver disposto a subir os mais de 300 degraus. Em dias claros é possível ver até os distantes Olympiaberg (Parque Olímpico) e a Allianz Arena. O interior da igreja é belíssimo, com influências barrocas e renascentistas. Vale a pena entrar e dar uma volta.

Alguns metros adiante está a Viktualienmarkt, um tradicional mercado de alimentos e flores onde turistas e locais fazem refeições rápidas e confraternizam no biergarten da praça, sendo um dos mais populares da cidade. Um outro ponto interessante da praça é o Maypole, um pilar muito alto que carrega ilustrações que exibem os comércios e artesanato desta parte de Munique. Os mastros datam dos tempos antigos e representam uma vila ou bairro e seu comércio. Como o horário de almoço está próximo, faça uma passagem rápida pelo local durante a tarde e não deixe de comer um apfelstrudel.

Para o almoço, caminhe mais alguns quarteirões em direção a Hofbrauhaus, a cervejaria mais famosa da Alemanha. Entrar no interior do prédio é como dar um passo dentro da história. A Hofbrauhaus fundada em 1592 quando o Duque da Bavária resolveu abrir em Munique uma cervejaria própria para a corte, já que a cerveja disponível em Munique não lhe agradava. A fórmula fez muito sucesso e em 1828 a cervejaria foi aberta para o público geral. O prédio foi muito danificado durante a Segunda Guerra e felizmente foi totalmente reconstruído nos anos seguintes. Em dias de grande movimento e durante a Oktoberfest os salões chegam a receber até 30 mil pessoas. Para a refeição, a dica é pedir a Weisswurst, um tipo de linguiça branca acompanhada por pretzel com um molho de mostarda. A combinação fica ótima com a Hofbrau Original e não se deixe assustar pelo copo com um litro de cerveja que você irá receber, a formulação é diferente das que estamos acostumados a tomar e é muito leve. Se você gostar e resolver voltar para outra refeição, não deixe de provar o joelho de porco, dizem que é o melhor de toda a Bavária.

Após a refeição, caminhe na direção da Marienplatz e ao passar pela Neue Rathaus vire a esquerda até chegar na Frauenkirche, a igreja das altas torres que é a maior construção da cidade. Por lei, não pode ser construído nenhum outro edifício que seja maior do que ela em suas imediações para preservar a estética da cidade. A pedra fundamental da igreja foi instaurada em 1468 e o prédio todo foi construído em um período de 20 anos, o que foi considerado um recorde para a época ainda mais com as torres de quase 100 metros de altura cada.

Apesar de ter sido seriamente danificada por ataques aéreos durante a Segunda Guerra Mundial, boa parte do acervo artístico da Frauenkirche permaneceu intacta. É lá que o visitante irá encontrar algumas obras de arte, túmulos de reis e imagens da igreja após a destruição da Guerra e sua reconstrução.

Em seguida, caminhe em direção a Neuhauser Strasse, importante centro comercial da cidade até a Sainkt Michael Kirche, que também foi parcialmente destruída durante a guerra e nos anos seguintes foi completamente reconstruída. A igreja foi construída em em 1597 e é considerada maior igreja renascentista ao norte dos Alpes, tendo grande influência barroca em seu interior e exterior.

Em seguida, caminhe até a Karlsplatz, um dos lugares mais movimentados na cidade, um verdadeiro ponto de encontro de todas as idades e tribos. É comum você durante o dia todo (inclusive de noite) ver muitas pessoas por lá passando ou apenas sentadas no chão conversando, em especial os jovens, em dias quentes. Existe uma grande fonte no centro da praça e durante o verão várias crianças pequenas correm pela praça entram na fonte para se refrescar.

Nela está um dos cartões postais mais conhecidos da cidade, o portal Karlstor, que fazia parte da fortaleza que protegia a antiga Munique. Bem próximo à praça, do outro lado da rua, está o belíssimo Palácio da Justiça de Munique.

Em seguida, parta em direção ao Hofgarten e invista um tempo em um dos mais belos palácios da Alemanha: o Residenzmuseum.

É possível comparar o Residenz com Versailles na França por exemplo, já que o lugar é imenso, muito rico e decorado, uma verdadeira jóia bem no centro de Munique. O local também foi parcialmente destruído com a Segunda Guerra e o trabalho de restauração é realmente impressionante.

Atualmente são 90 cômodos abertos para visitação mas ainda estão sendo feitas algumas reformas e exposições itinerantes ocasionais, portanto planeje a sua visita antes de comprar seus ingressos. Também existem audioguias gratuitos, recomendamos que se faça uso para realmente ter um aproveitamento da visita.

O Residenz de Munique foi o palácio da família Wittelsbach, os comandantes da Baviera, o estado de Munique, no período de 1385 a 1918. Devido ao longo período de séculos que serviu como residência, é possível reconhecer diversos estilos arquitetônicos e decorativos, além de muitas passagens destacadas mostrando as adições feitas ao edifício original ao longo do tempo. O museu abriu em 1920, foi severamente danificado durante a segunda guerra mundial e reaberto em 1958, porém grande parte do trabalho de restauração foi completado nos anos 80.

São diversos salões e você pode facilmente passar o dia todo lá dentro, mas não deixe de visitar esses locais: o Grottenhof é o primeiro ambiente que você vê ao entrar e começar a visita, sendo um gruta formada por conchas, cristais e esculturas, muito impressionante pela riqueza de detalhes.

O Antiquarium é o cômodo mais antigo do Residenz. É um salão de 66 metros de comprimento criado inicialmente para servir como galeria de arte e que depois se tornou também o salão de banquetes do palácio. Inclusive, estão expostas algumas das louças que usavam nos banquetes dados no palácio.

A Hofkirche é uma das partes mais impressionantes do complexo, já que nessa igreja é possível ver visivelmente as marcas da guerra. Os tijolos mais escuros e poucos afrescos nas paredes são os originais, enquanto os tijolos mais claros mostram exatamente o que foi restaurado, o que dá para ver nitidamente que foi praticamente tudo. Hoje em dia a antiga capela restaurada serve de sala de concertos. Se você quiser ter uma experiência ainda mais enriquecedora pelo centro da cidade, recomendamos o walking tour gratuito que é oferecido diariamente saindo da Marienplatz as 11 da manhã. O tour dura cerca de três horas e passa por todos os pontos mencionados anteriormente com um guia que irá conduzir o grupo e contar um pouco da história de cada um dos monumentos.

É muito fácil perder a noção do tempo enquanto está dentro do Residenz, mas é hora de seguir o passeio.

Para o jantar, vá até o Augustinerkeller, uma cervejaria que fica próxima à estação de trens de Munique e tenha uma experiência tipicamente alemã. O biergarten do local não sofreu alterações desde 1895, o que preserva o valor histórico do local. A cerveja disponível é a Augustiner, a favorita entre boa parte dos locais além de possivelmente ser um dos poucos locais do mundo onde você pode beber a cerveja, já que ela não é exportada para o resto do mundo.

 

Dia 2

Pela manhã, vá em direção ao coração do bairro de Maxvorstadt e faça a primeira parada do dia na Alte Pinakothek. O museu foi aberto ao público em 1836 e abriga mais de 800 pinturas dos séculos 14 ao 18.

Uma curiosidade interessante é que uma das pinturas, O Grande Último Julgamento, do artista Peter Paul Rubens que mede mais de seis metros de altura e foi o motivo da construção do museu inteiro. Ela hoje está localizada na galeria Dusseldorf, no primeiro andar do prédio, que foi construída especificamente para abrigá-la e para manter as estruturas de todo o museu proporcionais, já que ela é a maior pintura do museu.

Andando pelas galerias você verá pinturas de grandes pintores como da Vinci, van Gogh, Klimt, Botticelli, Rembrandt e vários outros. A Galeria dos Grandes Mestres que é onde essas obras estão instaladas certamente pode ser vista em até um dia inteiro de visita, por isso recomendamos o aluguel de um audioguia para ajudar a entender a história de algumas das obras. Reserve no mínimo três horas para a visita, o acervo do museu é fabuloso.

Para o almoço, não deixe de conferir o Steinheil 16, um restaurante que já foi eleito como o melhor schnitzel de Munique e está sempre com as mesas ocupadas, então faça sua reserva com antecedência e não deixe de provar o Schnitzel acompanhado de uma cerveja radler.

Após a refeição, vá em direção ao Rio Isar e conheça o Deutsches Museum, uma imersão na modernidade alemã.

O Deutches Museum não é apenas um dos primeiros museus científico-tecnológicos do mundo, mas também um dos mais visitados, com uma área de 50.000 metros quadrados. As leis da natureza, instrumentos e métodos tecnológicos são apresentados no museu onde conhecimento e cultura se unem em um nível cientificamente alto, mas de uma maneira fascinante e divertida. Máquinas zumbem, relâmpagos passam pelo ar e telescópios permitem que o visitante observe as estrelas.

Fascinante, este museu possui 40 seções com exposições, além de um planetário, com temas que vai desde genética até história da aviação, ferramentas da era pré histórica até as mais modernas em todo o espaço que conta com mais de 100 mil peças.

Você pode facilmente passar o dia inteiro no museu, mas reserve cerca de três horas para a visita pois ainda há mais para ver em Munique.

A próxima parada é um dos maiores parques urbanos do mundo, o Englischer Garten. O parque foi desenhado em 1789 em duas partes, uma delas um jardim militar e a outra o primeiro parque público da cidade. Em 1792, as duas partes se uniram e foram abertas ao público.

O parque é gigante, mas existem alguns locais que você não pode deixar de ver como a Torre Chinesa. Trata-se de uma construção de 25 metros de altura feita em madeira, construída entre os anos de 1789 e 1790. Ela foi incendiada durante a Segunda Guerra e reconstruída em 1952. Na década de 1970, o local foi fechado ao público por razões de segurança e, desde então, apenas bandas de música têm acesso à Torre.

Outro local que você não pode deixar de visitar é o Eisbachwelle, um ponto muito inusitado onde existem surfistas pegando onda no meio do continente europeu. A história é que um surfista americano se mudou para Munique nos anos 70 e sentia muita saudade de surfar como fazia no seu país. Um dia o surfista resolveu colocar algumas pedras no fundo do rio Eisbach, em um trecho onde já havia algumas ondulações devido a pressão da água e foi assim que começou a tradição do surfe no rio. No verão é comum ver locais e até alguns corajosos turistas se aventurando a entrar no rio e serem empurrados pela correnteza até alguns metros à frente onde a correnteza é mais tranquila. Se você pretende visitar Munique no inverno pode ficar tranquilo porque os surfistas estão no rio todos os dias do ano, sem exceções.

Também não deixe de visitar o Monopteros, um templo de estilo grego construído em 1832 fazendo uso de alguns materiais sobressalentes do Residenz. É um excelente ponto para fotos já que ele está alguns metros acima do nível do restante do parque.

Para relaxar um pouco, vá até o Werneckwiese, uma grande área gramada comum para a prática de esportes além de ter sido o local oficial das competições de Arco e Flecha dos Jogos Olímpicos de 1972.

Se estiver escurecendo e você estiver com fome, você não precisa sair do parque para ter uma excelente refeição. Você pode repetir a dose na mini-Hofbrauhaus ou ir a qualquer um dos vários biergartens pelo parque, mas se você estiver querendo uma refeição especial, vá ao Seehaus e tenha uma refeição tipicamente alemã enquanto observa o lago Kleinhehesseloher e se prepara para o dia seguinte.

 

Dia 3

Apesar de ser uma cidade maravilhosa, a verdadeira joia da Baviera está um pouco mais ao sul de Munique. Vale a pena acordar um pouco mais cedo do que o habitual, ir até a Hauptbanhof, a estação de trens e comprar o Bayern Ticket. Com esse ticket você pode embarcar em qualquer ônibus, trem, metrô ou tram de toda a região em um período limitado de horas. Compre o ticket e embarque em um trem com destino a Fussen, onde você vai conhecer uma das atrações mais visitadas da Europa, o Castelo de Neuschwanstein.

A viagem até Fussen em si já é um passeio a parte. Ver a paisagem urbana dar espaço aos campos verdes e ao passar do tempo começar a ter um vislumbre dos Alpes ao longe é de tirar o fôlego. O trajeto dura cerca de uma hora e meia e o trem é muito confortável. Uma recomendação é checar a previsão do tempo antes de fazer sua visita. Durante o verão o tempo nessa região é bastante imprevisível e embora em qualquer situação a cidade seja lindíssima, a chuva pode atrapalhar a sua experiência.

Você irá desembarcar no Hauptbanhof de Fussen e só precisa atravessar a rua para pegar o ônibus que te levará a Schwangau, a província onde o castelo está localizada. Enquanto você vai se aproximando do local já é possível ver o Neuschwanstein à distância. Recomendamos que todos os ingressos para entrada no castelo sejam comprados com antecedência pois há longas filas para compra e isso pode prejudicar a sua visita.

Uma breve história sobre o castelo, em 1832 o Rei Maximilian II comprou uma região que tinha algumas ruínas de castelos medievais. Foi nesse lugar que ele construiu o Castelo Hohenschwangau, onde seu primogênito nasceu e cresceu. Ainda novo, com 20 anos, quando assumiu o poder precocemente, Ludwig II mandou construir um novo castelo na região para ser o seu refúgio em meio as montanhas.

Em 1868, as construções começaram, e o projeto megalomaníaco do excêntrico Ludwig II foi aos poucos saindo do papel, e tendo cada detalhe acompanhado minuciosamente por ele. Por fora o castelo impressiona por sua beleza. Por dentro, por seus aposentos enormes e decoração exótica. Antes do castelo ser concluído o rei se mudou para lá. Diante de tantos gastos e dívidas criadas por conta dessa construção, ele foi considerado louco e afastado pelo parlamento, devido a incapacidade de gerir um governo. Ele foi retirado do castelo e passou a receber cuidados de um psiquiatra, que poucos dias depois, foi encontrado morto, junto com o rei, na beira de um lago. Ele tinha 40 anos quando morreu e não chegou a ver a sua obra-prima completada. Todo esse mistério nunca foi desvendado. Pouco tempo após a sua morte, o castelo foi aberto para visitação. O que era para ser um refúgio, um lugar de tranquilidade, passou a ser um dos pontos turísticos mais famosos e visitados da Alemanha.

Existem três formas de se chegar ao castelo, já que ele fica no alto de uma colina: a pé, seguindo uma estrada asfaltada em um declive. São 2km de trajeto que são subidos em cerca de uma hora. Exige um mínimo de condicionamento físico, apesar de ser um belo trajeto, e quando já está próximo do castelo existe um restaurante e loja de souvenirs que oferecem uma bela vista para todo o vale. A segunda opção é subir de carruagem, são seis passageiros puxados por dois cavalos pelo mesmo caminho que os pedestres, é bem comum entre crianças e idosos. A terceira opção é subir por um micro-ônibus que deixa os passageiros na Marienbrucke, um pouco mais adiante do pátio do castelo.

Ao chegar no topo da colina, se pode ver com detalhes o castelo branco que possivelmente todos os visitantes já viram uma foto ou apontam a semelhança com o castelo da princesa Cinderela, já que Walt Disney usou o castelo como inspiração. Além do castelo, existe um mirante para os alpes, lojas de conveniência, um guarda volumes e um outro mirante para a cidade de Fussen que em dias claros, é lindíssima.

Se você for fazer a visitação para o interior do castelo, recomendamos que você deixe câmeras e outros aparelhos no guarda-volumes porque não é permitido fotografar os cômodos do castelo. Catorze salas foram finalizadas antes da morte do Rei, dentre as quais dois salões se destacam: o Salão dos Cantores e o Salão do Santo Gral. No Salão dos Cantores há referências do salão de festas de Wartburg, com a diferença de que no salão do Castelo de Neuschwanstein nunca foi celebrada nenhuma festa. O Salão do Santo Gral era o preferido do Rei  Ludwig II, pois misturava sua paixão pela Idade Média com as técnicas mais modernas de sua época. Além desses salões, a Sala do Trono também é marcante para os visitantes por seu esplendor. Com dois andares e 15 metros de altura, possui um candeeiro com pedras preciosas incrustadas e, na parede ao redor do pedestal do trono, uma pintura com Jesus e os 12 apóstolos.

Alguns turistas consideram a visita um pouco frustrante, em parte pela duração do tour que é de 30 minutos e também pelo fato de não ser possível fotografar o interior do castelo. Portanto, se você não achar totalmente imprescindível visitar o castelo por dentro, recomendamos investir o tempo em outros locais que são tão interessantes quanto.

Siga uma trilha secundária em direção a Marienbrucke, uma ponte de madeira e ferro que está estrategicamente localizada e oferece uma visão privilegiada do castelo.

Não se prenda somente ao Castelo, se você olhar para o outro lado da ponte vai poder ver uma queda d’água lindíssima e certamente terá a oportunidade de tirar belas fotos.

A trilha continua depois da ponte, porém não é mais asfaltada e é bastante estreita, então se recomenda muito cuidado e atenção, principalmente se houver um alto fluxo de turistas naquele dia.

Se você optou por descer de ônibus, precisa voltar ao pátio onde se inicia a entrada para a Marienbrucke e voltar para a base da colina; se você optou por descer a pé ou de carruagem, precisa voltar ao pátio do castelo para descer a trilha.

Do outro lado do vale está localizado o castelo Hohenschwangau, já mencionado anteriormente por ter sido o local onde o Rei Ludwig II cresceu e observou a construção do Neuschwanstein.

O castelo, adquirido e reformado pelo rei Maximilian II da Baviera, foi o primeiro castelo construído em Schwangau, no século XII, e se chamava Burg Schwanstein. Ele sofreu inúmeros ataques ao longo de sua existência, tendo sido reformado pelos seus vários donos ao longo do tempo até ser comprado pelo rei Maximilian II em 1832. O castelo era usado como residência de verão e de caça da família.

Diferente do castelo de Ludwig II, a visita a este castelo é mais abrangente, já que seu interior está inalterado. Os quartos que podem ser visitados apresentam o mobiliário da época em que foi construído. Suas paredes apresentam mais de noventa pinturas-murais que foram executadas entre 1835-1836 e que contam a história da Alemanha e lendas germânicas. Do terraço do castelo tem-se um belo panorama da região e do castelo Neuschwanstein.

De volta a Schwangau, pare por algum momento a beira do lago Alpsee e aprecie a deslumbrante vista para os alpes que começam ali na região que faz fronteira com a Áustria. Não se espante se ver uma família de cisnes andando por ali.

Ainda há a possibilidade de visitar o Museu dos Reis da Baviera que fica próximo ao Castelo Hohenschwangau. O museu é o elo perfeito entre a paisagem e a arquitetura. O foco da exposição está nos reis Maximilian II e Ludwig II, que construiu o famoso castelo Schloss Neuschwanstein. Visitas guiadas em diversos idiomas e diferentes graus de aprofundamento levam em consideração as necessidades e interesses de visitantes de todo o mundo.

De volta a Fussen, é hora de almoçar e a recomendação é o Gasthof Krone, um restaurante de clássica culinária alemã. A ambientação do restaurante é inspirada na era medieval e isso torna todo a experiência ainda mais interessante. Não deixe de pedir o Einsbein mit Kartoffelsalat (joelho de porco com salada de batatas) acompanhada de uma ótima cerveja.

A cidade de Fussen é a base para todos os visitantes que vão até Schwangau. A vila se formou durante o Império Romano, servindo como base para quem atravessava os Alpes e a estrada que ali existia ligava Roma as cidades do Leste Europeu. A recomendação é fazer um passeio de barco pelo lago Forggensee, o maior lago artificial da Alemanha. Os passeios funcionam diariamente, vale a pena ficar por ali por algum tempo até a hora de pegar o trem de volta a Munique.

Após o retorno para Munique, parta para a Marienplatz e após vislumbrar a praça toda iluminada a noite, entre no Ratskeller, o restaurante que fica no pátio do Neues Rathaus. O restaurante ocupa uma parte aberta do pátio e também algumas galerias térreas do edifício, que são preenchidas pelo som de copos de cerveja sendo usados em brindes e pelo aroma de diversos pratos da cozinha alemã. É o encerramento em grande estilo nesses três dias pela Baviera.