PORTO, Portugal – 3 dias Perfeitos

Porto, segunda maior cidade de Portugal, é a porta de entrada para a região vinícola do Vale do Douro. E nos últimos anos, os viajantes começaram a descobrir que esta cidade tem muito mais a oferecer. A cidade oferece arquitetura requintada, vistas deslumbrantes, becos sinuosos e refeições de nível estrelas Michelin. Mais do que tudo isso, porém, existe o sentimento comunitário que convém a uma cidade com uma população de pouco mais de 235.000 habitantes. Porto foi nomeada a melhor cidade da Europa pela organização European Best Destinations 3 vezes desde 2012, e atrai 1,6 milhão de visitantes por ano, mas enquanto você caminha pelo bairro da Ribeira você ainda pode entrar em um pequeno e aconchegante café, provando que apesar do grande volume de turistas, a cidade não perde seu charme.

Dia 1

A melhor forma de começar o dia na cidade é visitando os Jardins do Palácio de Cristal, projetados por Émile David, arquiteto paisagista alemão nascido em Berlim. Os jardins, juntamente ao palácio, foram inaugurados em 18 de setembro de 1865.

Os Jardins fazem parte do projeto de construção do Palácio de Cristal, uma estrutura que existiu entre os anos de 1865 e 1951 e que abrigou a Grande Exposição Internacional do Porto, ocorrida no ano de 1865. O Palácio de Cristal foi projetado pelo arquiteto inglês Thomas Dillen Jones e teve como inspiração o Crystal Palace de Londres. O Palácio de Cristal foi demolido em 1951 e em seu lugar foi construído o Pavilhão Rosa Mota.

Acessando os Jardins do Palácio de Cristal pela entrada principal, é possível encontrar uma das partes originais do projeto – o Jardim de Émile David ou Jardim das 4 estações e logo em segundo plano, a cúpula esverdeada do Pavilhão.

Caminhando um pouco mais, ao final da Avenida das Tílias, está a Capela de Carlos Alberto. A capela é mais antiga que o próprio jardim, datando do ano de 1854. O pequeno templo religioso foi erguido a mando da princesa Augusta de Montléart, em memória do irmão Carlos Alberto, rei de Piemonte-Sardenha, que viveu exilado em Porto após perder a batalha de Novara. O Rei Carlos Alberto passou o resto de sua na Quinta da Macieirinha, uma propriedade particular que atualmente encontra-se em parte incorporada aos Jardins do Palácio de Cristal.

Seguindo pelo lado esquerdo, o caminho de pedras te leva até a Fonte de São Crispim. A descida até a fonte, com um jardim no entorno tem uma vista maravilhosa da Ponte da Arrábida e do Rio Douro.

Dali, siga até o Torreão dos Jardins do Palácio, uma torre arredondada que serve como um outro mirante, assim como todo o caminho que margeia o Rio Douro até o Roseiral.

Por fim, finalize a visita no Jardim dos Sentimentos que com seus caminhos labirínticos, permite que se tenha uma vista de Porto e Vila Nova de Gaia.

Em seguida, siga para a orla da cidade, onde você poderá ver ao menos uma dúzia de prédios rústicos que hoje trazem em suas fachadas nomes de vinícolas que prosperaram ao longo dos anos na região. Serpenteando para o leste na região vinícola do Vale do Douro, o rio é a fonte da principal contribuição do Porto para a humanidade: o porto. Ele desempenhou um papel relevante nas Viagens de Descoberta do século XV e na aquisição de riquezas que se seguiu.

Dedique algum tempo para explorar os lugares de poder do Porto – comércio, religião, vinho – começando com uma visita ao Palácio da Bolsa, um edifício neoclássico cujo interior é uma sucessão de salões luxuosos, culminando no Salão Árabe, uma enorme mesquita, como uma câmara embelezada com uma profusão de detalhes dourados e azuis. Embora o projeto tivesse menos a ver com o Islã do que com a projeção de poder, não foi bem-sucedido com os líderes da igreja.

Comparado com a Igreja de São Francisco, ao lado, o Salão Árabe é um salão comum. O exterior gótico do edifício, que data do século XIV, não o prepara para o que está dentro. Os descobridores portugueses trouxeram um grande negócio de ouro para casa, e parece que a maior parte foi aplicada ao interior desta igreja que pode ser comparada a Caverna das Maravilhas em Aladdin. Na cripta é possível encontrar efígies assustadoramente realistas, obras de arte com títulos como Nossa Senhora da Boa Morte e, nos recantos mais sombrios, uma janela no chão, além do qual há uma massa de ossos e crânios humanos.

Em seguida, atravesse a ponte de Dom Luís e entre em Vila Nova de Gaia, subindo até o The Blini, restaurante que foi inaugurado em 2016 pelo chef José Cordeiro, estrelado pela Michelin. As janelas do restaurante oferecem uma vista incrível de Porto ao longe. A ênfase do restaurante está nos frutos do mar, com alguns floreios contemporâneos, como a espuma “lima air”.

A partir daqui, siga até Porto Calem para um passeio e uma degustação de vinhos. Juntamente com as adegas com cheiro de mofo e as fileiras de barris de carvalho, há uma série de bugigangas modernas, incluindo um cinema em 5-D e uma estação de adivinhe-o-aroma.

Com produção de vinhos do porto desde 1859, a Cave Cálem inicia o tour com um museu muito bem estruturado, com muitas informações sobre a origem, tipos e produção do vinho do porto. Depois do museu, o tour guiado tem início e é explicado como são formadas as uvas e como acontece a colheita e plantação. Também é informado como é feito o envelhecimento das uvas para os diversos tipos de vinhos e também suas diferenças e possibilidades de harmonização com comida.

Além da possibilidade de combinar sua visita com uma degustação você também pode fazer uma refeição e assistir uma apresentação de fado no local.

Um destaque de qualquer viagem ao Porto é a Ribeira, um pequeno conjunto de becos alinhados com lindos prédios antigos, alguns datando da Idade Média. Olhe para a Rua da Reboleira e você verá resquícios de muralhas medievais, assim como também roupas lavando na brisa. A Praça Ribeira é o ponto mais pitoresco, com seu colorido conjunto de casas, onde em alguns becos que são tão estreitos onde às vezes você pode tocar nos dois lados. Esse passeio não é totalmente previsível, você não sabe onde o beco pode terminar, mas isso é metade da diversão.

Para encerrar a tarde, siga para uma catedral do século XII, a Sé do Porto, uma enorme mistura de desenhos góticos, barrocos e românicos, cuja característica definidora é uma grande solidez, como se fosse construída para resistir a ataques. A praça do lado de fora, que oferece vistas maravilhosas, também é vista pelo magnífico Paço Episcopal, lar de aqueles que usavam vestimentas de fio de ouro e joias exibidos na igreja ao lado.

Ao final do dia, siga para o Antiqvvm, restaurante com estrela Michelin, que ocupa uma adorável e antiga vila perto dos jardins cultivados dos Jardins do Palácio de Cristal. A vista do local é excelente, mas a paisagem fica em segundo plano quando os pratos começam a chegar. Não deixe de pedir o menu degustação, uma série de pratos artisticamente apresentados, cujos ingredientes incluem vieiras, camarões, lúcios, lúcios, folhas de ostras, plâncton, pastinaga, caviar, caviar, erva-doce, aipo assado e carne de porco ibérica, todos acompanhados de uma sucessão de vinhos maravilhosos.

 

Dia 2

Comece o segundo dia em Amarante, cidade localizada há 50 minutos de Porto. Amarante, uma bonita cidade às margens do rio Tâmega que tem como peça central a Igreja de São Gonçalo, do século XVI, em homenagem ao santo padroeiro da cidade. Diz-se que, como trabalhador milagroso, possuía um talento especial para fertilidade e virilidade (as mãos e os pés de uma efígie na igreja foram desgastados por séculos de esperançosos esfregaços).

Se há um monumento que caracteriza e identifica a cidade de Amarante é a Ponte de São Gonçalo (e a igreja adjacente, é claro). Esta ponte sobre o Rio Tâmega está hoje classificada como Monumento Nacional e, apesar do seu nome derivar da construção ou reconstrução feita pelo beato Gonçalo de Amarante em meados do século XIII, há indícios que a sua história remonte à Idade da Pedra. Em 1809, durante a segunda invasão francesa, este local foi palco de uma longa e sangrenta batalha que, ao final de 14 heroicos dias, deu vitória às tropas portuguesas contra os soldados de Napoleão.

Do outro lado da ponte está localizada a igreja que impõe o caráter religioso à cidade de Amarante, onde se acredita estar sepultado São Gonçalo, em uma das extremidades da ponte. O espaço do convento estende-se por três claustros que também pode ser visitado.

Depois de explorar a igreja e o centro da cidade, siga para a vinha Alves de Sousa, localizada na há 40 minutos de Amarante.

O negócio do vinho está na família há muito tempo, mas foi nos primeiros anos da década de 90, pelas mãos de Domingos, que o sobrenome Alves de Sousa se tornou sinônimo de grandes vinhos. A família tem 6 Quintas, num total de 130 hectares. A Quinta da Gaivosa é a sede e onde se encontra a adega, agora em uma nova construção projetada pelo arquiteto António Belém Lima. O espaço imponente e funcional também abriga uma sala de provas e a loja de vinhos.

A visita contempla um tour pelas adegas e um passeio de 4×4 até as vinhas que formam uma paisagem incrível nas colinas que os vinhedos foram plantados. O tour termina com um passeio pela loja e uma degustação dos vinhos, é imperdível.

Para o almoço tardio, recomendamos o DOC, restaurante do chef Rui Paula, com estrela Michelin, na cidade vizinha Folgosa. Localizado em uma doca à beira-rio, você pode experimentar pratos como caranguejo, perna de pato e Abade de Priscos, um pudim tradicional de creme de caramelo servido com bacon.

Para encerrar o dia antes de voltar a Porto, faça um cruzeiro pelo Rio Douro, uma viagem de uma hora que leva o viajante a uma colcha de retalhos de terraços vermelhos de fogo e pequenas casas de vinho, intercaladas com os sopros verdes das oliveiras. É um espetáculo glorioso, ainda mais ao por do sol.

Para encerrar o segundo dia, a recomendação é a casa com estrelas Michelin The Yeatman Gastronomic Restaurant, uma experiência gastronômica com um menu que varia de 8-10 entradas, que incluem iguarias que podem variar, como por exemplo ostras com espuma de jalapeño, berbigão em xarém, carne de vitela com alcachofra de Jerusalém e leitão.

 

Dia 3

Comece o terceiro dia tomando café da manhã no Majestic Café, um dos mais tradicionais cafés da cidade.

O Majestic foi inaugurado em 1921 e, além da porta Art Nouveau, você entra em um mundo sedutor de madeira esculpida, espelhos polidos, garçons vestidos de branco e querubins de concreto sorridentes. Não deixe de provar as deliciosas rabanadas acompanhadas de um ótimo café.

Dali, você pode pegar um bonde ou seguir a pé até a Livraria Lello, outra instituição local que rotineiramente faz parte das listas de “mais bonitas” da cidade. Datado de 1906, a Lello ainda é o coração da cena cultural da cidade, apesar das hordas de Instagrammers que hoje descem no local (é tão popular que agora existe uma taxa de entrada de € 5). Uma jovem J.K. Rowling costumava passar muito tempo aqui, e é impossível não ver Hogwarts a cada passo.

Após a visita à livraria siga para a Torre dos Clérigos, um dos pontos turísticos mais famosos de Porto. Uma construção de granito com 75 metros de altura e 240 degraus que conduzem o visitante do térreo ao topo, de onde se tem uma belíssima vista panorâmica da cidade e também de Vila Nova de Gaia.

Para encarar os 240 degraus é preciso certo preparo físico, mas o esforço acaba valendo a pena diante das paisagens de tirar o fôlego. Dali você pode prosseguir até o Miradouro da Vitória, onde se tem uma vista belíssima da Ponte Dom Luís e do Paço Episcopal.

Dali siga para o Palácio das Artes, hoje um espaço dedicado para o incentivo a arte e cultura portuguesa, é um prédio belíssimo para se visitar. Descendo a Rua de Figueira Borges, você encontrará outro edifício icônico, o Mercado Ferreira Borges, construído no final do século XIX em ferro e vidro que hoje possui uma casa noturna e um restaurante.

Dali, siga para o restaurante Abadia do Porto, para uma tigela de tripas à moda do Porto, o prato típico da cidade. Diz-se que a tradição remonta à Era das Descobertas, quando intrépidos exploradores partiram com os melhores cortes de carne e os outros cidadãos ficaram com todo o resto. Desde então, os habitantes locais são conhecidos em todo o país como tripeiros, ou “comedores de tripas”, que é composto de Feijão branco, chouriço, frango, tripa e carne bovina.

Após a refeição siga para Matosinhos, uma vila de pescadores a alguns quilômetros ao norte da cidade, perfeita para descansar na faixa de areia.

A maioria dos visitantes vem a Matosinhos apenas pela praia, mas a cidade tem mais a oferecer, incluindo o Castelo do Queijo, o Parque da Cidade, o mercado diário e uma seleção de passeios pela costa. Matosinhos pode não ser a cidade mais pitoresca do litoral da Costa Verde, mas é autenticamente portuguesa e um destino agradável para uma tarde na praia.

Contrário ao que o nome sugere, o Castelo do Queijo se trata de um forte construído acima de uma pedra granito com forma de queijo. Construído no século XVII, o Castelo funcionava como defesa contra os piratas oriundos do Norte de África. Devido à sua localização estratégica, oferece uma visão incrível do Oceano Atlântico.

O Castelo do Queijo possui muralhas de cantaria de pedra, plataformas de tiro com canhões históricos, ponte levadiça e um portão com as armas de Portugal. Junto ao Castelo do Queijo encontra-se o Sealife que convida os visitantes a conhecer melhor os segredos do mundo marinho. Aqui, você poderá ver várias espécies como o tubarão-de-pontas-negras, a garoupa, a raia-focinho-de-vaca, o caranguejo-ferradura, o pepino-do-mar, o peixe-cachimbo, o caranguejo-eremita, o peixe-picasso, o tubarão-de-port-jackson, entre muitos outros.

Termine o passeio na Foz do Douro, um bairro colorido repleto de bares e restaurantes.

Assista o por do sol no Farol de Felgueiras, um pequeno píer na praia que oferece um dos melhores espetáculos visuais do norte de Portugal ao entardecer.

Para encerrar a visita a Porto com uma experiência genuinamente portuguesa, nossa recomendação é assistir a um show de fado juntamente com o jantar. A Taberna Real do Fado oferece um dos shows mais conhecidos da cidade, com grandes nomes da música local. Os pratos são da tradicional cozinha portuguesa, acompanhados dos rótulos de vinhos que tornaram a cidade famosa.